quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A redação vencedora (Categoria Fundamental II)

Atendendo aos reiterados pedidos, publicaremos aqui no blog os textos integrais das redações que venceram o 1º Concurso de Redação Compare e Floresta de apoio à Cultura 2012.
Aqui segue a redação de Maria Eduarda de Mello França Torres, vencedora na Categoria estudante - fundamental II.
Parabéns, Maria Eduarda.
- Não fizemos correções e colocamos o texto na íntegra para não alterar a marca autoral.


A Confraria do Rosário


     A Confraria do Rosário de Floresta é uma organização religiosa que existe desde os tempos dos escravos da Fazenda Grande. Hoje, a sua gente comenta que a história contada  através de relatos,  diz que a mesma já existia há 200 anos atrás.
    Em 2007, a Confraria foi escolhida como patrimônio vivo de Pernambuco, reconhecendo-a desta forma como uma vida de tradição dos povos negros situados ás margens do Pajeú e riacho do Navio.
    A Confraria do Rosário participou pela primeira vez em de um festival fora de sua sede- Floresta- PE.  Seus fiéis fizeram o cortejo e asteamento da bandeira do Rosário no dia 25 de maio em Belmonte.
     A Confraria do Rosário em Floresta, no Sertão Pernambucano, representa uma irmandade religiosa criada por escravos africanos, considerado ao longo dos tempos como uma organização focada na resistência negra contra os maus-tratos e injustiças sofridas pelos mesmos. Essa organização é denominada nos dias de hoje como comunidades quilombolas.
     Como os negros da região só tinham um dia de descanso no ano ( 31 de dezembro), estes coroavam na ocasião um rei e uma rainha para mostrar aos brancos que também possuíam sangue nobre.
     Em seguida, o grupo partia para a missa do Bom Jesus dos Aflitos na Igreja de Nossa Senhora do Rosário e voltavam para a casa da irmandade onde era servido almoço para todos os presentes.
     Não se sabe ao certo a data da primeira celebração realizada pela Confraria do Rosário de Floresta do Navio. Porém, consta em registro que desde 1792, reis e rainhas negras eram escolhidos como representantes dos escravos da região. Na época, a coroação acontecia na Igreja do Bom Jesus dos Aflitos que se localizava na Fazenda grande que posteriormente deu origem a cidade de Floresta.
    A tradição é preservada até hoje pelos 36 membros, turistas, curiosos e moradores que acompanham a cada dia 31 de dezembro a realeza até a igreja onde é celebrada a missa. Logo após, todos se encontram com a rainha, na casa da confraria quando é servido o almoço. Por último, acontece a coroação dos novos reis que  ocuparão o posto durante o próximo ano.